O canabidiol, também conhecido por CBD, é um fitocanabinoide extraído da maconha na forma de um óleo. Diferente do tetrahidrocanabinol (THC), o CBD não possui efeito psicoativo, ou seja, não provoca o típico "barato" da maconha. O CBD vem sendo estudado para o tratamento de diversas doenças, com resultados bastante promissores (isso é assunto para um outro texto!!!).
Voltando ao estudo, o tratamento com o CBD reduziu sintomas da fadiga emocional em 25% dos voluntários do estudo, depressão em 50% deles e a ansiedade em 60% dos envolvidos. Apesar desse resultado bastante promissor, os pesquisadores relataram que cinco pacientes manifestaram efeitos colaterais pelo uso da substância. Os casos foram manejados, e em três deles o problema foi controlado. Em dois pacientes os médicos optaram por descontinuar o tratamento com o CBD (um voluntário teve problemas hepáticos e outro apresentou reações fortes na pele).
Neste estudo, o tratamento com o CBD melhorou os sintomas de burnout e de exaustão emocional entre os profissionais da saúde. Porém, é necessário sempre considerar os benefícios da terapia com o CBD e seus potenciais efeitos colaterais. Mais estudos ainda são necessários, para atestar com mais precisão todos os benefícios do medicamento.
Esse estudo, contudo, apresenta um viés, porque não foi um estudo duplo-cego, como é o ideal. Não houve um grupo placebo, então tanto pesquisadores quanto pacientes sabiam quem estava recebendo o CBD e quem não estava. Esse viés ocorreu porque devido à situação em que o estudo foi conduzido, em meio a primeira onda da pandemia no Brasil, ficava inviável colocar em prática essa metodologia em meio ao caos e rotina atribulada de uma unidade de UTI COVID-19.
Por isso, os cientistas afirmam que testes futuros com essa abordagem metodológica duplo-cega são necessários, a fim de avaliar se essas conclusões podem ser aplicadas a uma escala mais ampla e variada de pacientes.