Autoestima: Um Pilar da Saúde Mental e do Bem-Estar

Autoestima: Um Pilar da Saúde Mental e do Bem-Estar

30 de julho de 2025

Você já parou para pensar no quanto a forma como você se enxerga pode impactar sua saúde como um todo? A autoestima vai muito além de gostar do que vê no espelho — ela está diretamente ligada à sua saúde mental, física e ao seu bem-estar geral. E a ciência comprova isso.

O que é autoestima?

A autoestima é o componente afetivo do autoconceito — ou seja, é o quanto você se valoriza e se sente adequado como pessoa. Ela envolve uma avaliação subjetiva de si mesmo, e não depende necessariamente de métricas externas ou comparações com outras pessoas.
É importante destacar que autoestima não é a mesma coisa que autovalorização exagerada (como no caso do narcisismo). Enquanto o narcisismo envolve sentimentos de superioridade e exigência de tratamento especial, a autoestima saudável está mais relacionada à aceitação, confiança e senso de valor pessoal.

O que dizem os estudos?

Pesquisadores reuniram dados de 40 meta-análises, que por sua vez analisaram mais de 2.000 estudos com mais de 1 milhão de pessoas. O objetivo era entender como a autoestima se relaciona com três áreas principais:

  • Saúde mental (como ansiedade, depressão, ideação suicida e outras psicopatologias)
  • Saúde física (como peso corporal, doenças crônicas e saúde sexual)
  • Ajustamento psicológico (como qualidade dos relacionamentos, satisfação no trabalho e resiliência emocional)
O resultado foi claro: a autoestima tem uma associação significativa com o bem-estar geral, especialmente com a saúde mental. A correlação média encontrada foi de r = 0,31, o que indica um impacto substancial, coerente com diversas teorias psicológicas modernas.

Como a autoestima influencia sua saúde?

A autoestima elevada está associada a uma série de benefícios, como:

  • Redução de sintomas de ansiedade e depressão
  • Maior presença de emoções positivas
  • Mais iniciativa para interações sociais
  • Maior resiliência diante de desafios e frustrações
  • Melhor adaptação em áreas como trabalho, escola e vida afetiva

Por outro lado, a baixa autoestima pode gerar sérias consequências:

  • Tendência à ruminação e pensamentos autodepreciativos
  • Medo constante de rejeição social
  • Dificuldade em pedir ou aceitar apoio emocional
  • Prejuízos físicos, como maior liberação de cortisol (o hormônio do estresse) e alterações em estruturas cerebrais ligadas ao bem-estar
  • Maior risco de adoecimento físico e emocional

Um dado interessante...
As associações entre autoestima e saúde são ainda mais fortes quando falamos de saúde mental. Isso acontece porque ambas são dimensões subjetivas e frequentemente avaliadas por autorrelatos — ou porque a saúde física muitas vezes depende do estado emocional, e não ocontrário. Em outras palavras: cuidar da autoestima é uma forma indireta (mas poderosa) de cuidar do corpo também.

E o que podemos fazer com essa informação?
Saber que a autoestima tem tanto impacto na nossa vida não significa que ela seja imutável ou que você precise “nascer com ela”. Pelo contrário: a autoestima pode ser desenvolvida e fortalecida com estratégias como:

  • Autoconhecimento e reflexão pessoal
  • Terapia ou acompanhamento psicológico
  • Práticas de autocuidado (físico, mental e emocional)
  • Estabelecimento de limites saudáveis nos relacionamentos
  • Celebração de conquistas, por menores que pareçam

A autoestima não é um detalhe — ela é um dos pilares mais sólidos da nossa saúde e qualidade de vida. Cultivar uma autoestima positiva é uma decisão que pode transformar a forma como você se relaciona consigo mesmo, com os outros e com o mundo.
Se você sente que sua autoestima precisa de atenção, saiba que isso é normal — e que buscar ajuda é um sinal de força, não de fraqueza.

Valorize-se. Cuide-se. Sua saúde começa de dentro para fora.

Guilherme dos Anjos Camargo
Guilherme dos Anjos Camargo

Professor universitário, cientista e farmacêutico, nesta ordem. Mestrado, doutorado e pós-doutorado em Ciências Farmacêuticas, com especialização em Tecnologia Farmacêutica. Atua no ensino superior desde 2022, com foco em Tecnologia Farmacêutica, Farmacologia e Química Medicinal, com ênfase também no estudo da pele e no desenvolvimento de formulações voltadas à saúde cutânea. Acredita que o ensino, a pesquisa e a extensão devem caminhar juntos, unindo ciência, ética e compromisso social para formar profissionais capazes de transformar realidades.

Gostou desse conteúdo?

Inscreva-se

Comentários

Nenhum comentário encontrado