Essa ‘palavra’ que parece tão politizada, difícil, cheia de pompa, rebuscada, extraordinária, é apenas uma palavra de fora, que foi importada, como muitas das outras coisas que importamos. Que poderia ser facilmente banalizada, no bom português, não passa de um “papo furado”. Fake News não é somente um nome para generalizar notícias criadas e inventadas, é uma tentativa de tornar elitizado um movimento, que de educativo ou bem-preparado, não tem absolutamente nada. É a mais pura contradição na sua essência linguística. É a estagnação da insensatez.
A arte de divulgar o que se pensa, sem checar a fonte, é uma arte bem conhecida da nossa espécie “sapiens”, humana. Chama-se fofoca e foi por meio dela, em parte, que conseguimos superar outros Homo e estabelecer sociedades. A fofoca começou com um achismo, em seguida, virou opinião baseada na opinião alheia, depois virou evidência, e anos de evolução depois virou Fake News. Tudo isso não passa de argumentos e histórias que foram inventadas com torpe propósito de ludibriar, e claro, sempre com interesse de alguma parte.
A ciência faz a pergunta e idealiza maneiras de fazer o experimento/teste para obter a resposta. Isso é um fato. Fato que foi testado hoje e reportado oficialmente, e que pode ou não ser contrariado por outro fato, ou seja, que passou pelo mesmo processo criativo da ciência, tempos depois, em sua maioria tendo o primeiro como base. Não há invenção, há uma pergunta e uma resposta. Sendo a resposta aquela que a gente inicialmente queria, ou não (a famosa hipótese). Os fatos não vêm para comprovar o que a gente acredita que é verdade. Os fatos vêm para creditar com provas fragmentos da verdade. Goste a gente ou não. A vida exige provas: o teste do pezinho, o teste para passar de ano, o teste para conseguir aquele emprego, teste para passar na faculdade, teste para um papel importante, teste para um concurso... A gente exige provas também: para assumir o cargo, para assumir a vaga, para condenar em um julgamento, para casar, para alugar a casa, para abrir uma conta no banco. Ou seja, vivemos num sistema baseado na evidência, nas provas, mas nas Fake News “nóis acredita”.
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