A adaptação muscular ao treino é o resultado das respostas regulatórias do corpo aos estímulos do exercício. Quando o corpo é submetido a esforços repetitivos, ele responde aumentando as capacidades físicas e o tamanho das fibras musculares para melhor lidar com as demandas futuras.
Esse processo é mediado pela regulação hormonal e pelas respostas celulares e moleculares que ocorrem nos músculos.
O tipo e a intensidade do treino realizado são determinantes na natureza da adaptação muscular e, consequentemente, no aumento da eficiência de recuperação e suprimento de oxigênio e glicose para os músculos. O treinamento de força/treinamento resistido, por exemplo, resulta basicamente em aumento da massa muscular, enquanto o treinamento aeróbico resulta em melhoria da capacidade de oxigenação do músculo. A frequência, duração e volume do treinamento também influenciam na magnitude e velocidade da adaptação.
A adaptação muscular também está relacionada à plasticidade neural, ou seja, a capacidade do sistema nervoso de se reorganizar e formar novas conexões como resultado do treinamento. Isso melhora a coordenação motora, a força e a capacidade de controle da contração muscular.
Em suma, a adaptação muscular ao treino é um processo complexo e multifatorial que resulta em melhoria da performance física e aumento da resistência à fadiga.

ENTÃO, QUAL O PROBLEMA DE NÃO SEGUIR UM PLANEJAMENTO DE TREINO? POR QUE NÃO POSSO MUDAR MEU TREINO TODOS OS DIAS?

A adaptação muscular ao treino ocorre devido a estímulos repetitivos e contínuos, por tempo pré-determinado, aplicados aos músculos durante a realização do exercício físico.
Funciona como qualquer outra aprendizagem. Sim! Treinamento físico é aprendizagem!
Você decide aprender inglês, se matricula e inicia as aulas. Seu corpo vai assimilando as informações e construindo todo o repertório, até que, de repente, do nada, você resolve mudar para o curso de alemão. E agora? O que acontece? Praticamente todos os estímulos de estudo serão perdidos. Isso acontece porque você precisa proporcionar tempo suficiente para seu corpo assimilar e fixar tudo. Da mesma, você não aprende uma coreografia sem praticar, nem aprende a letra de uma música se não ouvir repetidas vezes.
É importante destacar que o corpo tende a se adaptar aos estímulos aplicados com o treinamento. Essa é a mesma hora que seu corpo já aprendeu toda a coreografia, já decorou a letra da música e já aprendeu uma nova língua. Portanto, é necessário variar periodicamente o treino para evitar o platô e manter o progresso. Além disso, é importante cumprir os períodos de descanso e recuperação para evitar o sobretreinamento e o risco de lesões.

A curva de adaptação ao treino (supercompensação) é uma representação gráfica que ilustra bem como o corpo reage ao estímulo de treinamento físico e como isso afeta o desempenho físico. A curva mostra que, após a recuperação da fadiga, há uma melhora acentuada nas condições físicas/químicas (compensação), com posterior restabelecimento físico acima daquele encontrado no início da sessão de treinamento (supercompensação). Mas essa melhoria gradualmente diminui (involução) e se estabiliza (homeostase). 
Se o estímulo de treinamento é continuado, a curva de adaptação começa a subir novamente, resultando em uma melhora adicional no desempenho. Caso não haja um novo estímulo (repetição da mesma sessão de treino) num tempo adequado, a curva de involução continuará em declínio.

Em suma, os treinos precisam ser planejados de maneira adequada para evitar a estabilização da curva e garantir uma melhora contínua no desempenho.

Procure um profissional da educação física para ter um treinamento eficaz e progressivo.