Além da seleção incrível dos atores, a produção e o cenário te carregam por uma recriação da instigante Paris do final do século XIX. O roteiro insere o telespectador na vivência da época, sendo que muitas características ainda podemos visualizar na atualidade no âmbito de desenvolvimento científico. Nesse contexto, o filme apresenta diversos aspectos, como as etapas da construção e elucidação de uma hipótese, a configuração de equipe e o trabalho conjunto e a importância do financiamento para pesquisas.
Aprofundando, então, o caráter metodológico apresentado, podemos observar em várias cenas as perguntas que os pesquisadores fazem uns aos outros sobre as características dos elementos que eles estão investigando. Essas perguntas são os problemas iniciais, o que gera curiosidade e que ainda não há explicação, promovendo a formação de hipóteses para determinado fenômeno. A próxima etapa, então, seria delimitar o método científico, a fim de obter resultados fidedignos e atrelando o filme aos relatos, sabe-se que o desenvolvimento das pesquisas de Marie Curie foi complexo até que se estabelecesse técnicas reprodutíveis e confiáveis para a detecção e comprovação da radioatividade. Tal complexidade que é reduzida através da tecnologia, mas não totalmente resolvida.
Mudando para outro momento da pesquisa, em uma cena, o filme apresenta Marie e Pierre Curie, seu marido, em uma comunicação científica da Academia Francesa de Ciências, na qual os dois apresentam o resultado de suas pesquisas. Com isso, é apresentado na obra a importância da divulgação científica, ou seja, quando os resultados já passaram por avaliação e interpretação e eles afirmam a hipótese que foi inicialmente gerada. Além do mais, é relevante compreender a existência de uma comunidade científica, uma vez que ela tem um papel indispensável nos processos da ciência, de avaliar os conhecimentos científicos, criticar o que tem sido desenvolvido, como também instigar a geração de novas ideias.
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